Foz do Iguaçu tem melhores índices em relação às fronteiras brasileiras

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Foz do Iguaçu registrou um índice de homicídios de 37,51 para cada cem mil habitantes em 2016, resultado mais positivo se comparado ao ano anterior, quando o indicador foi de 41,32. A média da cidade é mais alta que a nacional, que é de 27,85 mortes para cada cem mil habitantes. Ainda assim, fica bem abaixo de outros municípios de fronteira brasileiros, como Paranhos (MS), onde o número de homicídios chega a 109,70. Até mesmo Guaíra tem incidência de homicídios mais alto, registrando 64,06 mortes por mil habitantes em 2016.

Os dados fazem parte do Diagnóstico do Desenvolvimento das Cidades Gêmeas do Brasil, uma radiografia das áreas limítrofes com os países vizinhos, realizado pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF). Realizado a partir de indicadores oficiais das áreas de saúde, educação, economia e segurança, o estudo é inédito e traz dados levantados em 32 cidades gêmeas brasileiras, situadas em nove estados.

“As áreas de fronteira, em especial as cidades gêmeas, ficam naturalmente mais expostas, mas os números mostram que em Foz do Iguaçu houve uma pequena melhora na incidência de violência com vítimas fatais”, avalia o presidente do IDESF, Luciano Stremel Barros. Conceituam-se como ‘cidades gêmeas’ os municípios situados na linha de fronteira, seca ou fluvial, integrados ou não por obras de infraestrutura, os quais apresentam grande potencial de integração econômica e cultural.

O estudo apontou que Foz do Iguaçu tem um dos maiores índices de geração de empregos das áreas de fronteira do País, com 32,70% da população economicamente ativa (15 a 65 anos) formalizada no mercado de trabalho. O percentual fica pouco abaixo da média nacional, que é de 34,53%, mas bem acima da média de 23,01% registrada nos demais municípios das regiões de fronteiras brasileiras.

“Foz é a cidade com mais autonomia financeira da fronteira brasileira. O grau de dependência do município de repasses federais e estaduais é de 56,28%, o menor entre as cidades gêmeas. Uma condição sustentada, principalmente, pelo desenvolvimento turístico e por Itaipu”, avalia o presidente do IDESF, Luciano Barros.

Do Paraná, além de Foz foram incluídas no estudo as cidades gêmeas de Barracão, Guaíra e Santo Antônio do Sudoeste. Do universo pesquisado, Foz também se destaca das demais cidades por ter um dos maiores PIB per capita, ou seja, a divisão anual das riquezas pelo número de habitantes. O PIB per capita do município em 2015, dado mais recente disponível, foi de R$ 45.493,6. O montante é quase o dobro da média das cidades gêmeas, que fica em R$ 26.035,83, e bem acima da média brasileira, de R$ 29.326,37.

O segmento da saúde reflete o favorecimento econômico. O número de internações hospitalares, que em Foz do Iguaçu foi de 47,7 para cada mil habitantes, no ano passado, fica abaixo da média nacional, que é de 51,3 internações. O índice é menor ainda se comparado à média das cidades gêmeas, que é de 56,4 para cada mil habitantes. Outro dado positivo é o da mortalidade infantil, de 11,67 para cada mil habitantes, abaixo da média nacional que é de 12,93 óbitos a cada mil pessoas.

Trânsito – O índice de acidentes envolvendo veículos, 20,46, é mais alto em Foz do que a média nacional, de 17,33. Segundo o presidente do IDESF, no conjunto os dados apontam que a falta de perspectiva econômica das regiões de fronteira é fator que leva muitos jovens a ingressarem em atividades ilícitas. “Os altos índices de violência, inclusive no trânsito, refletem a incidência de acidentes gerados em situações de contrabando”, avalia Barros.

Este é o segundo diagnóstico sobre o desenvolvimento das áreas fronteiriças realizados pelo IDESF. O levantamento de dados das fronteiras foi enviado pelo Instituto para todos os candidatos à presidência da República. “O objetivo do Instituto com este trabalho é ele seja utilizado como ferramenta para governos e entidades civis proporem políticas públicas de desenvolvimento para as regiões esquecidas das fronteiras”, afirmou Luciano Barros. O estudo completo pode ser acessado clicando aqui.

Sobre o IDESF – O IDESF é uma instituição sem fins lucrativos, com sede em Foz do Iguaçu (PR), fundada com objetivo de criar mecanismos para promoção da igualdade e da integração entre as regiões de fronteira, para o fortalecimento das relações políticas, sociais e econômicas e para o combate aos problemas próprios destas regiões, por meio de estudos, ações e projetos e através de parcerias públicas e privadas. 

 

 

 

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